As criptomoedas nasceram de uma mistura de tecnologia, inovação e desconfiança no sistema financeiro tradicional. Muito antes do Bitcoin, já havia tentativas de criar dinheiro digital, mas sempre havia um ponto fraco: a dependência de bancos ou autoridades centrais. Foi só em 2008, no auge da crise financeira, que surgiu a proposta que mudaria tudo. Um misterioso personagem, sob o nome de Satoshi Nakamoto, apresentou ao mundo o Bitcoin, um dinheiro eletrônico que funcionava de forma independente, baseado em uma tecnologia inédita chamada blockchain. No início de 2009, o primeiro bloco da rede foi minerado e o que parecia ficção científica começava a se tornar realidade.
Nos primeiros anos, o Bitcoin circulava apenas entre entusiastas da tecnologia, mas logo mostrou seu potencial. Em 2010, aconteceu a primeira compra oficial: 10.000 bitcoins em troca de duas pizzas, episódio que entrou para a história como o “Bitcoin Pizza Day”. Pouco depois, começaram a surgir as chamadas altcoins — moedas alternativas como Litecoin, Ripple e Dogecoin. A grande virada veio em 2015 com o lançamento do Ethereum, que expandiu as possibilidades ao permitir não apenas transações financeiras, mas também contratos inteligentes e aplicações descentralizadas. Aos poucos, as criptos deixaram de ser um experimento para se tornar um mercado bilionário. Em 2017, o Bitcoin alcançou a marca de quase 20 mil dólares, atraindo a atenção da mídia, de investidores e até de curiosos que viam ali uma chance de enriquecer.
Após um crescimento explosivo, o mercado de criptomoedas passou por vários ciclos de alta e queda, mas continuou em expansão. Entre 2020 e 2021, o Bitcoin ultrapassou os 60 mil dólares, enquanto tecnologias como NFTs e DeFi se popularizaram e grandes empresas, como Tesla e PayPal, começaram a adotar criptoativos em suas operações. Em 2022, porém, veio o chamado “inverno cripto”, com fortes desvalorizações e a falência de empresas como a FTX, o que intensificou os debates sobre regulação. Ainda assim, as criptomoedas se consolidaram como parte do cenário financeiro: hoje são usadas em pagamentos, investimentos e em novas áreas como metaverso e Web3, além de inspirarem governos a desenvolver versões digitais de moedas oficiais, como o real digital no Brasil.